sábado, 6 de junho de 2009

Saudade do que passou

Saudade do que passou, saudade do que não vai voltar. Se a saudade um dia bate, é porque um dia algo marcou sua vida, não importa se foi por um milésimo de segundo ou se foi um momento tão intenso e surreal que as unidades definidas para expressarem tempo já não são suficientes. Aquele momento em que a pessoa amada partiu, e nosso mundo perde o rumo, nossas mentes já não tem objetivos, nossa respiração já não tem ritmo, e nossos olhares já não tem mais interesse em apreciar o simples fato de viver. O simples ato de viver passa a significar algo tão mais doloroso quando tudo o que temos é a vaga lembrança do que se foi, e não voltará. A angustia é parte do cotidiano agora, sinto que busco a reprodução daquele sentimento que um dia dilacerou minha alma e repentinamente mudou toda a concepção que eu tinha de intenso sentimento suave e eterno. Saudade do olhar que já não vejo, que já não sinto penetrar tão profundamente em mim a ponto de provocar a mais pura alegria. A dor de pensar que tua presença não mais posso ter, é capaz de tirar a cor do meu mundo, é capaz de furtar o sopro de vida de o meu simples agir. Dentro de um vazio de conclusões, dentro de um nó de pensamentos, minha alma se encontra: leve, mas densa, suspensa. Encontro seu reflexo, avesso. Desconheço sua identidade, mas lá você está imóvel, para sempre, perdido no meu limitado infinito. Espero que um dia o brilho do seu olhar, esse eterno símbolo particular para nossa singularidade reflita o nobre sentimento que existe ou existiu, inexprimível, inatingível. Mas nunca inexpressível, mas nunca vazio: apenas profundo, eterno enquanto sincero. Nossas vidas foram baseadas nessas ilusões tão boas, nossos atos espelhavam nós dois como um só, um todo inigualável. Tudo seguia um rumo, uma direção, e lá estava os nossos objetivos, seguir juntos, ainda que distante, ainda que cada um estivesse em seu próprio luar. Você pertenceu a mim, e eu a você, mas nunca nos apoiamos nessas conclusões que não são precipitadas, mas muito menos pensadas. Sua vida fez parte da minha, até mesmo quando seus voláteis pensamentos fossem perenes sobre alguma decisão que parecia tão bem baseada em nosso próprio mundo. Para sempre, no nosso destino mortal eu pertenci a você. Consumia-te com o meu brando e delicado olhar. A tua presença por incontáveis e inexplicáveis vezes me enobreciam, meus sentimentos eram profundamente apaixonados e eu podia sentir que por muito tempo eu também acabava influenciando intensamente o resultado final do seu dia. Mergulhados em nosso círculo vicioso estávamos. Pude sentir com tanta força seus toques premeditados e cautelosos em minha pele, que arrepiada ficava com a simples preposição que um dia voltaria a ser tocada por alguém tão doce. Nossas vidas se encaixavam perfeitamente e espero que não por acaso, pois o que havia entre nós não podia ser fruto de um singelo encontro não premeditado. Tudo o que acontecia nos envolvendo não ficava desgastado com o passar dos anos, apenas modificava-se, ficando ainda mais singular. Tenho certeza que você podia sentir minha respiração ofegante quando o meu sincero olhar te buscava com a vontade que eu jamais seria capaz de imaginar possuir. Por mim você dedicou atos que transbordavam de amor e que eu nunca seria capaz de reproduzir, pois ficaria perdida, enfraquecida perante o seu singelo sorriso. Se com as estrelas meus olhos tentem se fechar, sua face perfeita fica gravada em meus pensamentos inundados de instabilidade por possuir algo tão mágico. Costumava admirar cada linha e entrelinha que você carregava no seu corpo e mente. Não tirava muitas conclusões, pois ficava anestesiada por saber que algo daquilo supostamente me pertencia. Um dia espero que a sua magnitude seja pelo menos um pouco compreensível para mim e eu possa obter uma paixão ainda mais intensa do que um dia pude exprimir para e por você.
Posso apenas basear meu futuro dizendo-lhe que enquanto pertencer a esta realidade, cada segundo da minha existência será dedicada ao nosso amor.Você marcou minha vida a ponto de nossas almas rumarem sincronizadas, eu acreditava que éramos um só, pois nosso amor foi muito mais que linhas de um poema ou simples gestos de afeto, nosso amor foi fruto da mais pura, fiel e intensa relação.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uau. Grande, mas vale a pena ler.
Muito bom, parabéns.

Anônimo disse...

Lindooo lindo lindo!!!! Me identifiquei nesse poema!! Parabéns!

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