segunda-feira, 25 de junho de 2012

Vigias


As horas vagas. Vagam. Vigiam e semeiam. Colhem a insônia.
Erroneamente, sentem-se inúteis. Inutilmente, sentem-se desprezadas. E não são?
Horas vagas.
Colhem a insônia, e assim, acreditam que seus papéis estão feitos. Seus trabalhos, realizados. Talvez tenham sim, uma utilidade, afinal.
A insônia, então, corrói os pensamentos. Destrói todos os sonhos. Desilude os iludidos. Agregam mais e mais familiares. E por fim, vai embora, deixando-os só. Os pensamentos. Os iludidos. Os que não sonham mais.
Horas que vigiam o sono dos transeuntes. Proíbem-os de sonharem. Proíbem-os de sequer, viverem.
A insônia dá as boas-vindas novamente.