As
horas vagas. Vagam. Vigiam e semeiam. Colhem a insônia.
Erroneamente,
sentem-se inúteis. Inutilmente, sentem-se desprezadas. E não são?
Horas
vagas.
Colhem
a insônia, e assim, acreditam que seus papéis estão feitos. Seus trabalhos,
realizados. Talvez tenham sim, uma utilidade, afinal.
A
insônia, então, corrói os pensamentos. Destrói todos os sonhos. Desilude os
iludidos. Agregam mais e mais familiares. E por fim, vai embora, deixando-os
só. Os pensamentos. Os iludidos. Os que não sonham mais.
Horas
que vigiam o sono dos transeuntes. Proíbem-os de sonharem. Proíbem-os de
sequer, viverem.
A
insônia dá as boas-vindas novamente.
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