quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Goofy

1984

"A sensação de estar vagando pelas florestas do fundo do mar, perdido num mundo monstruoso em que o monstro era ele próprio."

sábado, 17 de dezembro de 2011

Até Amanhã


O tempo passa e a história muda. O homem muda e o coração se perde. O homem cala e a mente enlouquece. O homem se esquece como fora no passado.
Regride.
Comete os próprios, mesmos e insanos erros.
Regride, regrediu.
Com o tempo, desintegra-se. Perde-se, agora, não apenas o coração, mas por inteiro. Perde-se na velha generalização social. Esqueceu-se e dormiu como outro alguém qualquer.
Boa noite sociedade.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cobertas de Pó

Aquele labirinto existencial, que antes estava perdido no nada, agora está apoiado na dúvida. Eu, antes perdida no nada, agora, perdida na dúvida. Antes perdida no vazio, agora perdida na incerteza.
E em meio a apegos e desapegos, me vejo, ironicamente, cega. Lembranças, que agora, não passam de lembranças. Memórias fotografadas, que com o tempo, irão se encher de pó, e serão esquecidas.
Logo serão apenas memórias perdidas na dúvida, assim como eu própria me tornei. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Além do Comum

Os fios telefônicos que atravessavam o céu aquela manhã, não tiravam a beleza da cena contemplada pela menina, através das janelas de sua casa, agora cobertas pelas cortinas, que lhe faziam o favor de manter pequenas frestas, para que assim, a garota pudesse ter aquela visão, que lhe acompanharia em seus inúmeros sonhos.
O que seus olhos contemplavam, de certa forma, era algo simples. Talvez usual. O que não é tão comum é alguém que ainda observe o céu.
Visão simples: o céu.
No entanto, a menina enxergava ainda mais longe: as nuvens que estavam por todo o céu dando-lhe um aspecto pálido, mas ainda dando lugar ao azul, que refletia toda a ideia de imensidão e calmaria.
O sol que despertava em algum lugar atrás das nuvens. Algum lugar atrás do azul. Apenas uma mancha amarela que, aos poucos, ia se misturando às outras cores que compunham a paisagem.
Por fim, os olhos da menina refletiam o que havia além dos fios telefônicos: os pássaros descontrolados, em uma corrida sem linha de chegada.
A garota observava. Em seus olhos, o sono. Em seus lábios, um sorriso. Em sua mente, uma música.

"The sun is up, the sky is blue
It's beautiful and so are you." (Dear Prudence - The Beatles) 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Término

O cotidiano se arrasta pelo mundo afora. A música, as vezes, alta demais, toca sem cessar durante todo o percurso. O clima de final do dia está estampado no rosto daqueles que, diariamente, se veem mortos, ou próximos do fim.
A nudez de seus pensamentos, deixa explicito em suas faces, quão exaustos estão. Não importa. São fracos demais. Os fortes não se cansam, certo?!
As pessoas formavam uma multidão esmagada. Como animais, lutavam ferozmente pelo seu território. Pelo seu pedaço de terra. Ou pelo seu assento e um espaço dentro do ônibus.
Como uma guerra, era tudo uma questão de sobrevivência.
O céu está pegando fogo. O sol se esconde atrás dos enormes edifícios, em uma tentativa de melhorar o dia, com uma bela paisagem. Porém o fogo aquece o céu. O céu desaba. O céu desaba sobre as cabeças daqueles que seguem a rotina sofrida.
   O cotidiano se estende pela sociedade adentro. O cotidiano se arrasta pelo corpo adentro.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Palavras de Poeta

  O poeta parou de pensar. Suas palavras eram os seu sonhos, e suas rimas ficavam em seu inconsciente.
  A dor, agora, era por amor. O sofrimento é passageiro. E até mesmo a tristeza ficou bela, em suas palavras de poeta.
  Afogava toda a sua angústia em suas lágrimas e em suas rimas. As belas palavras rimadas, que um dia, quem sabe, mudariam o mundo.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Nem Voz, Nem Violão

 Nem Voz, nem Violão. Palavra muda, palavra surda. Palavra usada, ousada. O som se esquece, se perde, se frustra. Desiste. Nem voz, nem violão. Palavra dita, palavra muda. Palavra escuta? O som se esqueceu. Palavra surda. Palavra brinca? Voz se tornou muda.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A Menina Que Roubava Livros

"Era segunda-feira, e eles andavam na corda bamba em direção ao sol."

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Qualquer Coisa

 Poetas escrevem sobre tudo. 
 Poetas escrevem sobre a vida e sobre a morte, com uma paixão madura, e com o brilho nos olhos ao passo que seus rabiscos preenchem o papel.
 Poetas sabem. Poetas sabem e simplesmente sabem. Sua imaginação da a eles esse conhecimento.
 Por conta disso, poetas escrevem sobre tudo.
 Poetas escrevem sobre o amor que não sentem. Sobre a alegria passageira, como se ela fosse eterna. Poetas escrevem sobre a solidão companheira dos versos. Poetas, não necessariamente sabem rimar. Poetas sabem declarar o seu amor a ninguém. Poetas conseguem ver.
 Por isso, poetas escrevem sobre tudo.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Batalha Interior

 Ela lutava e se desesperava contra si mesma.
 Em seu interior estourou uma guerra. Ela sentia as dores e se afligia a cada vez que mais alguém era levado pela morte.
 Ela, atormentada pelo desespero, continuava a se atacar.
 Continuava se atacando. Continuava se atingindo. Continuava se matando.
 Continuava se morrendo.
 Angustiada com a dor que causava a si mesma, abria mão de tudo.
 Das lágrimas.
 Das cores.
 Das memórias e recordações.
 E nessa luta que travava contra si, era levada também pela sua velha inimiga.
 Tantos encontros e reencontros.
 Ela abria mão da vida.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Espero as ideias surgirem
e as palavras brotarem no papel.
E enquanto isso, vivo na angústia de não saber me expressar.