Os fios telefônicos que atravessavam o céu aquela manhã, não tiravam a beleza da cena contemplada pela menina, através das janelas de sua casa, agora cobertas pelas cortinas, que lhe faziam o favor de manter pequenas frestas, para que assim, a garota pudesse ter aquela visão, que lhe acompanharia em seus inúmeros sonhos.
O que seus olhos contemplavam, de certa forma, era algo simples. Talvez usual. O que não é tão comum é alguém que ainda observe o céu.
Visão simples: o céu.
No entanto, a menina enxergava ainda mais longe: as nuvens que estavam por todo o céu dando-lhe um aspecto pálido, mas ainda dando lugar ao azul, que refletia toda a ideia de imensidão e calmaria.
O sol que despertava em algum lugar atrás das nuvens. Algum lugar atrás do azul. Apenas uma mancha amarela que, aos poucos, ia se misturando às outras cores que compunham a paisagem.
Por fim, os olhos da menina refletiam o que havia além dos fios telefônicos: os pássaros descontrolados, em uma corrida sem linha de chegada.
A garota observava. Em seus olhos, o sono. Em seus lábios, um sorriso. Em sua mente, uma música.
"The sun is up, the sky is blue
It's beautiful and so are you." (Dear Prudence - The Beatles)
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