domingo, 25 de outubro de 2009

Vidas unidas por um vento qualquer


                                                                 Ela
Ela pegou o sobretudo preto que estava sobre a cama estendida. O dia la fora seguia seu curso natural, mas a vida dela não estava nada conforme o esperado. Não havia sentido viver assim. Resolveu dirigir até a praia. Chegando Lá avistou o mar interminável em sua cor profunda e ilimitada. Era estranho ver toda aquela perfeição e se sentir deslocada no mundo, num mundo que nem sabemos ao certo o que é. Tirou um papel em branco do bolso e escreveu: "Sempre existirá uma segunda chance". Jogou-o ao vento, deixou que a natureza o carregasse para um destino mais adequado. Depois disso, ela sentou nas pedras gélidas e infindáveis que estavam ao acaso ali na praia. O vento levou o papel na direção oposta ao mar. Enquanto a noite chegava ela sentia calafrios por todo o corpo.

                                                                      Ele
Ele saiu de casa apressado, não conseguia saber bem o porque de tudo aquilo, estava decidido, a fazer o que achava que era melhor para si mesmo. De fato não há o melhor ou pior, apenas o mais adequado. Vestiu suas roupas velhas, sujas, entrou no carro que mal funcionava. Dirigiu em direção a praia, levou consigo sua sentença de morte dentro do bolso, algumas pílulas perversas. Chegando lá viu um carro na direção oposta à estrada, parecia uma mulher, não importa. Estacionou bem perto da praia, estava bem escuro, a lua minguante era pouco para tamanha imensidão. Ele sentiu cada grão de areia com a sola dos pés, mas algo de textura desconhecida o incomodou. Olhou para baixo,viu um papel meio amassado. Forçou os olhos, e conseguiu ler: "Sempre existirá segunda chance". Meteu a mão no bolso, jogou as pílulas no solo arenoso. Dirigiu em direção à sua casa com pensamentos distantes. O sol nasceu no horizonte.

1 comentários:

Amanda Oliveira disse...

Nossa, que lindo,sorriso em repouso.
São colocações curiosas e muito boas! :D
E obrigada :)
Não é triste, é receoso, é bo mescrever pra fazerem pensar :)
obrigadamais uam vez *-*

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