As palavras fugiram-lhe a mente. A melodia, agora, só,
arranhava-lhe os ouvidos, sangrava-lhe a alma. Arrancava-lhe, a força, lágrimas
sofridas.
Os risos da menina já não eram sinceros, não chegavam
aos seus olhos. Foram expulsos pelas pequenas gotas salgadas.
Todos os dias, esperava que a chuva a acolhesse.
Poderia esconder sua própria tempestade particular. Poderia fingir que estava bem. Estava
tudo bem. Está tudo bem.
E ia seguindo a própria vida. Enganando a todos.
Enganando a si mesma.
Procurando palavras, resgatando-as.
Até que ousasse ouvir novamente. Até que ousasse sentir
novamente.
0 comentários:
Postar um comentário