Os olhos
da sociedade já não falam. Estão mudos e calados. É o silencio que consente,
que sofre e que suporta. É o silencio que consente e se acostuma. Acostumaram-se
a se acostumar.
Os olhos
da sociedade já não escutam. Tornaram-se surdos e não ouvem os ecos dos seus
próprios erros. Os ecos de suas próprias memórias. Tornaram-se imunes e não escutam
mais os ecos de seus próprios desagrados.
Os olhos
da sociedade já não podem ver. Vendados. Cegaram. Cederam. Censuraram. As
vendas, agora permanentes. As certezas, agora temporárias.
Os olhos
da sociedade já estão mortos. Tal como ela própria.
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