segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Amor vassalo


Ah, a lei da vida, sempre assim. Sempre; sempre; sempre; como dói ser assolada pelo sempre, quando tudo que preciso é o nunca. Sempre existirá o rei, comandando tudo que do alto da torre de seu castelo dê para enxergar. Controlando seus vassalos, pobres vassalos, não têm escolha, apenas deixam que o sol queime suas peles grossas, deixando-as
 febris, uma febre superficial, que só queima o que há por fora. Eu sou como um vassalo do teu coração. Apenas sou comandada por você, que não é rei, mas impera sobre mim. Que cruel destino o meu, queimar de amor por você, que só me observa do alto da tua torre medíocre, mas que nem sabe quem sou eu. E o tempo me assola assim como o sempre, de fato há uma semelhança, ambos são infinitos. Entre nós a distância, de uma torre feita de pedras, assim como o teu coração gélido. Ou quem sabe o meu que é assim, tão impenetrável? Talvez seja isso, toda essa rigidez não permite que o ríspido sol o aqueça. Não importa, tenho que me conformar, enquanto você é rei e eu for serva é assim que funciona. Um amor vassalo, onde não há encontros rápidos e intensos. Apenas um olhar vindo do campo, almejando que aquela
enorme torre venha ao chão.

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