Ah, a lei da vida, sempre assim. Sempre; sempre; sempre; como dói ser assolada pelo sempre, quando tudo que preciso é o nunca. Sempre existirá o rei, comandando tudo que do alto da torre de seu castelo dê para enxergar. Controlando seus vassalos, pobres vassalos, não têm escolha, apenas deixam que o sol queime suas peles grossas, deixando-as
febris, uma febre superficial, que só queima o que há por fora. Eu sou como um vassalo do teu coração. Apenas sou comandada por você, que não é rei, mas impera sobre mim. Que cruel destino o meu, queimar de amor por você, que só me observa do alto da tua torre medíocre, mas que nem sabe quem sou eu. E o tempo me assola assim como o sempre, de fato há uma semelhança, ambos são infinitos. Entre nós a distância, de uma torre feita de pedras, assim como o teu coração gélido. Ou quem sabe o meu que é assim, tão impenetrável? Talvez seja isso, toda essa rigidez não permite que o ríspido sol o aqueça. Não importa, tenho que me conformar, enquanto você é rei e eu for serva é assim que funciona. Um amor vassalo, onde não há encontros rápidos e intensos. Apenas um olhar vindo do campo, almejando que aquela
enorme torre venha ao chão.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Um Sorriso em Meio a Passos Ensaiados
Era apenas mais uma noite, mas quando a música começou, ele a envolveu em seus braços, e começaram seus passos ensaiados. Ambos se perdiam em meio a multidão dançante, porém não sabiam que quanto mais achavam que estavam a sós no salão, mais se destacavam perante os olhos dos que observavam.
A menina nervosa e envergonhada, procurava conforto segurando as mãos do rapaz, que com um sorriso tímido, a encorajou e com isso deram mais voltas e giros em torno dos outros casais que agora paravam para observá-los também.
Sorriram.
Juntos, compartilharam um momento, compartilharam uma dança...Para eles, vários passos desajeitados, para os demais: uma dança deslumbrante, a qual, ambos dançavam apenas um para o outro.
Juntos, compartilharam um sorriso.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Abrir mão de brilhar
Hoje olhei para o céu, refleti sobre sua imensidão extremamente incompreensível para mim, admirei as estrelas entrelaçadas no azul marinho esparramado sobre minha cabeça. Fitei cada estrela, cada mísero brilhar. Fiquei ali, deitada na grama molhada, tentando contar cada ponto brilhante, e me perdi diante do infinito. Perdi minha vontade de utilizar a razão, de me emocionar, de amar. Apenas me dediquei à somatória incoerente, enquanto o tempo passava, enquanto minha vida cansava-se me mim, enquanto minha inspiração se fazia distante. Depois, acordei do pesadelo real, pensei, pensei, mas não cheguei a nenhuma conclusão, apenas andei em direção à mais um dilema caricato que se interessasse pela minha existência medíocre. Apenas caminhei em direção a um novo universo, que parecia tão perto de mim naquele instante.
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